A atriz nasceu com uma mutação em um gene que
aumenta muito o risco de desenvolvimento de câncer. Segundo os médicos, com a
retirada, ela reduziu de 87% para 5% o risco de ter câncer de mama.
A atriz americana Angelina Jolie anunciou,
nesta terça-feira (14), que se submeteu a uma cirurgia de retirada dos seios
para reduzir os riscos de desenvolver câncer de mama. A notícia provocou
debate no mundo todo.
Símbolo sexual. Mulher fatal. Referência de beleza. A atriz de 37 anos que virou modelo de sensualidade não
hesitou em tirar os dois seios para evitar o câncer de mama.
Angelina Jolie enfrentou as cirurgias sem alarde. Agora, veio a público
dar um testemunho às mulheres que vivem o mesmo dilema. Em um artigo para o
jornal New York Times, disse que não se sente menos mulher, nem menos feminina.
“Não foi uma decisão fácil”, explicou a atriz. Mas agora pode
"dizer aos filhos que eles não precisam ter medo de perdê-la para o
câncer".
A mãe de Angelina Jolie morreu de câncer aos 56 anos. Assim como ela, a
atriz nasceu com uma mutação em um gene que aumenta muito o risco de desenvolvimento
de câncer de mama e de ovário.
"Ela está na casa dos 30 anos e fez o melhor para evitar a
doença", explicou a médica Judy Garder, do Instituto do Câncer Dana
Farber.
Segundo os médicos, com a retirada dos seios, a atriz reduziu de 87%
para 5% o risco de desenvolver câncer de mama. Ela recebeu o apoio do marido, o
ator Brad Pitt.
O caso de Angelina Jolie ganhou muita repercussão mundial e provocou
muito debate nos Estados Unidos.
Médicos vieram a público explicar que a cirurgia de retirada dos seios não é a
melhor alternativa para a maioria das mulheres.
"Esta é uma situação especial em que os exames dela deram positivo
para uma mutação genética específica", explicou a doutora Deanna Attai.
O teste é recomendado para pacientes com histórico de câncer na família.
Custa o equivalente a R$ 6 mil, e nem sempre é coberto pelos planos de saúde nos Estados Unidos.
O médico João Carlos Góes, do Instituto Brasileiro de Controle do
Câncer, alerta: na maioria dos casos, o mais recomendado é o acompanhamento com
exames frequentes e o tratamento com hormônios.
A cirurgia só deve ser indicada em casos excepcionais, como os de
Angelina Jolie. “Na realidade, a indicação da cirurgia profilática, ela não é
imperativa. Existem outras alternativas terapêuticas, através de um anti-hormônio,
um medicamento que o paciente toma por anos e também vai reduzir o risco de
câncer”, afirma o médico.